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Karinah, que leva o samba para todos os cantos, será musa da Mangueira

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Foto: Pino Gomes
Neste domingo (29.01), a cantora, compositora e empresária Karinah será anunciada como musa da Mangueira, ao lado de Thelma Assis, e promete arrasar na avenida. Ela foi pessoalmente convidada para o cargo pela também sambista Alcione e por Chiquinho da Mangueira. “Eu adoro um desafio, ela canta, mas quero ver se tem samba no pé, pensam. Foi um convite feito com muito amor, que eu aceitei porque me coloca na família Mangueira”, diz.
Segundo ela, vai ser um desfile maravilhoso, porque a Mangueira vem de forma grandiosa, e sua expectativa para o desfile não é menor que isso. Karinah está entusiasmada e com um frio na barriga, mas são sensações boas, de quem vai estrear um posto em um escola que já é do coração. “Já chamei Marcelo Chocolate, que é um baita professor [de dança]”, enfatiza.
No ano passado, ela chegou a ser convidada por Neguinho da Beija-Flor para sair na na Beija-Flor, ao que respondeu que somente se fosse cantando, e ele aceitou. Ela alegou que muitas mulheres saem em cima dos carros, mas ficam atrás, não cantam, e que era importante tê-las cantando para fazer um “barulho bom”. À época, Karinah achara que aquele convite era papo de sambista, que não daria em nada. “No ano passado, Neguinho me pegou pela mão e disse: ‘Vamos’? Nós fizemos um trabalho incrível no carro de som, que deu voz. Você vai ver, este ano outras escolas virão com mulheres puxadores de samba”, conta.
Foto: Pino Gomes
Karinah falou com Bazaar via Zoom direto de Trancoso, onde passa uns dias com a família. Mãe de quatro filho, dois deles gêmeos de cinco anos, e casada com o empresário Diether Werninghaus, ela, que é nascida em Curitiba (PR), mas mora no Rio de Janeiro, é ligada no 220 volts e se envolve em muitos projetos filantrópicos, como seu cargo como madrinha do Programa Social da Mangueira. “Tem mais de dez projetos sociais que sou envolvida, trabalho mesmo em prol do samba”, diz orgulhosa.
Artista de raiz, cresceu ouvindo samba em casa e sempre foi apaixonada por Clara Nunes (1942-1983), uma de suas maiores referências. Aos 41 anos, ela se prepara para lançar outro álbum, já está com as músicas e muito animada com o que vem pela frente. “Quando eu tive a oportunidade de gravar meu primeiro disco, aí meu coração bateu muito forte com o samba. Acho que veio toda aquela referência do passado, à época o meu maestro era o Letieres Leite (1959-2021)”, conta.
Mesmo sabendo de todas as dificuldades de entrar para o mundo “fechado” do samba – devido ao machismo presente neste gênero musical -, decidiu que era isso o que queria fazer, e foi com tudo. Hoje já faz dez anos que ela toca a carreira de sambista e leva tanto o samba como o pagode a todos os lugares – inclusive Europa – como sua participação no Festival de Montreux.
Para ela, o mundo do samba ainda é muito machista, mas vê mudanças. “Acho que isso está mudando aos pouquinhos, com o posicionamento que a mulher também tem, seja qual for sua área de trabalho. No samba a mulher ainda sofre muito. Este ano eu concorri a sambas enredos e percebi como as pessoas me olhavam, e também parece que há um pouco de preconceito, de você não ter vindo do morro, da favela, por não ser preta ou ter dinheiro. Veja bem, Dona Ivone Lara (1922-2018) foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo de samba enredo em uma escola de samba.”
Para quebrar essa barreira do racismo, Karinah diz que é “trabalho e união”. “Porque sucesso é trabalho. Veja a Alcione, 50 anos de carreira, não sei quantas músicas gravadas, regravações, feats, participações. Na época elas se reuniam, Clara Nunes – que era uma das melhores amigas de Alcione -, Beth Carvalho… Elas se reuniam para cantar. Porque nós somos guerreiras nesse mar de tubarões”, reflete.
Foto: Pino Gomes
Segundo ela, o machismo atrapalha também na hora de fazer parte de um line up de um festival, por exemplo, é preciso suar muito a camisa, e muitas vezes, além de trabalhar muito, ainda fica para o fim da fila. “Eu acredito que sou uma mulher muito forte que precisa inspirar outras mulheres, a nova geração que está aí e precisa dar voz aos compositores.”
Conhecida como “rainha do samba”, Karinah explica que isso não tem a ver com números, mas com o papel da rainha, que cuida dos seus, assim como ela cuida dos projetos sociais que está à frente. E não são poucos, são mais de dez que a sambista faz questão de ajudar e atuar de forma efetiva. “Prefiro ser chamada de madrinha a rainha. Desde muito novinha eu sempre estive ligada a coisas sociais, feijoada do bem em prol de algum orfanato, por exemplo, a minha mãe me ensinou isso.” Na pandemia, Karinah fez lives para ajudar puxadores de escolas de samba, que passaram, assim como outras classes, por momentos de muito perrengue. “É uma missão, um propósito de vida ajudar.”
“Karinah por Elas”
“Karinah por Elas” é um projeto que traz a nova geração do samba e do pagode cantando releituras de músicas conhecidas. São mulheres que, muitas vezes, não conseguem nem uma data em um barzinho para poder cantar. Com ele, Karinah conseguiu grande êxito e pôs à mostra vozes do gênero que não tinham muitas oportunidades. “Ninguém dá credibilidade para uma mulher cantando samba. Esse projeto eu fiz justamente para que as gravadoras, o mercado, olhassem de uma forma diferente para as sambistas. Os timbres de homens e mulheres são diferentes, então os compositores têm de achar uma linha melódica que seja legal para elas”, explica. “Isso pode abrir portas para mim e para todas elas que já estão há muito tempo no mercado.”
Uma das que participaram do projeto foi Marvvila, que atualmente está no “BBB 23”. Ou seja, deu certo, Karinah conseguiu, sim, dar visibilidade a sambistas mulheres, e tudo com um projeto bancado por ela e com uma equipe de primeira para dar respaldo às vozes.
Foto: Pino Gomes
Novo ábum
Karinah está com muitas música para lançar seu próximo álbum, “Aglomerou”. A primeira  que recebeu foi de Dudu Nobre, “Saudade dos Seus Olhos”, e que ela está trabalhando atualmente. Com voz forte e com letras empoderadas, a artista leva em frente seu projeto com o samba e o pagode. “Tem Arlindinho, Xande de Pilares, Fundo de Quintal, tem muita coisa boa nesse novo álbum. Eu pulo o muro mesmo, canto de tudo no samba, Belo, Sorriso Maroto, já fiz essas parcerias com eles lá atrás. Acho que esse novo álbum vai ser um divisor de águas novamente na minha vida.”

O divisor de águas anterior foi quando gravou seu primeiro disco, “Você Merece Samba”, porque, segundo ela,  foi um álbum que fez sem pensar em ganhar dinheiro com ele, foi para que as pessoas olhassem seu trabalho com carinho e respeito. Foi o álbum que a projetou para fora, quando fez turnê na Europa e cantou no Festival de Montreux. “Mesmo eu não sendo carioca, os bambas do samba me trouxeram um acolhimento incrível. E tendo o aval desses artistas eu me senti confinante para seguir o meu caminho.”
Além do novo álbum, ela vai continuar dando continuidade tanto a seus projetos sociais, como profissionais, como “Karinah por Elas volume 2”. “2023 vai ser um ano em que estarei um pouco mais focada em mim, agora eu preciso me tornar um mulher um pouco mais popular, até para ajudar outras cantoras de samba, para elas verem que pode, sim, dar certo.”
O post Karinah, que leva o samba para todos os cantos, será musa da Mangueira apareceu primeiro em Harper’s Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.

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