Paco Rabanne em seu estúdio, em 1968. (Créditos: Getty Images)
Paco Rabanne morreu aos 88 anos, na França. A notícia abalou a indústria da moda como mais uma perda entre a geração dos designers futuristas e, enquanto fashionistas pelo mundo sentem a morte do espanhol que fez sucesso na França, seu legado se mantém onipresente. Seja na fragrância do perfume 1 Million, lançado em 2008, ou em seus icônicos discos metálicos (que renderam a ele o apelido de “o metalúrgico da moda”), Paco Rabanne revolucionou a moda em seu próprio estilo.
Paco Rabanne no set do filme Casino Royale, em julho de 1966. (Créditos: Getty Images)
Nascido Francisco Rabaneda Cuervo, em 1934, na Espanha, era filho de uma das principais costureiras do ateliê de Cristóbal Balenciaga no país Basco. Ainda no final dos anos 1930, seguindo a Guerra Civil Espanhola, a família se mudou para Paris, onde o jovem Paco seguiu os estudos no campo das artes e começou a vender croquis para Christian Dior e Hubert de Givenchy. Apesar da proximidade com o universo da alta-costura, Rabanne seguiu pelo caminho contrário: como parte de uma geração de enfants terribles revolucionários, incorporou o espírito da juventude dos Swinging Sixties e se tornou um dos maiores ícones do futurismo e da Era Espacial na moda.
Paco Rabanne em seu estúdio, em 1966. (Créditos: Getty Images)
Sua marca homônima veio em 1966, em meio à uma explosão de criações inéditas que transformaram o guarda-roupa feminino, com destaque para a minissaia. Na liderança desse novo momento atômico, Ossie Clark, Zandra Rhodes, Barbara Hulanicki e Mary Quant dominavam o cenário, dividindo os holofotes com seus colegas franceses: Pierre Cardin, André Courrèges e, agora, Paco Rabanne. O trio parisiense ficou conhecido por seus designs futuristas inéditos, misturando plásticos, vinis e metais. Esses últimos era favoritos de Rabanne, que lançou suas icônicas túnicas metálicas já em sua primeira coleção, batizada de “12 Vestidos Inutilizáveis Feitos com Materiais Contemporâneos”.
Audrey Hepburn com vestido Paco Rabanne do filme “Um Caminho para Dois”, em 1967. (Créditos: Getty Images)
Audrey Hepburn, em “Um Caminho para Dois” (1967), foi a primeira celebridade a brilhar com a criação metalizada, seguida por Jane Fonda, em “Barbarella” (1968). Os vestidos marcaram a época e acompanharam acessórios igualmente futuristas (como bolsas de discos metalizados) que são objetos de desejo até hoje. Da mesma forma, a década de 1960 lançou o nome de Paco Rabanne no universo dos perfumes, começando com Calandre em 1969.
Paco Rabanne no set do filme Casino Royale, em julho de 1966. (Créditos: Getty Images)
Desde seu début, o mundo nunca esqueceu as iniciais PR, cada vez mais presentes no imaginário fashion. Em 1999, o estilista se aposentou oficialmente e, em 2006, sua marca deu início a um hiato de 5 anos. Poucos antes de reabrir a casa, Rabanne recebeu a Legião de Honra – maior condecoração do governo francês –em 2010, eternizando seu nome no hall da fama de moda. Quanto ao legado criativo, o designer Julien Dossena é responsável por preservar o estilo de Paco nas passarelas desde 2013 – e já conquistou fãs internacionalmente, como Dua Lipa e Kaia Gerber!
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