Gucci, outono-inverno 2023 (Créditos: Divulgação)
Repleta de acessórios e designs nostálgicos cheios de estilo, a temporada de inverno 2023 da Gucci, desfilada nessa sexta-feira (24.02) durante a Semana de Moda de Milão, foi um verdadeiro mergulho nos momentos mais icônicos da história centenária na marca italiana. Ainda que a coleção não carregue uma única assinatura criativa (a estreia de Sabato de Sarno só acontece em setembro), o espírito fashion cruzou a passarela na forma de 53 looks inspirados em eras passadas da casa, incluindo os anos sensuais liderados por Tom Ford.
O visual que abriu o desfile, atravessando a passarela amarela, deu o tom do revival que os convidados não esperavam. A saia preta de e as luvas (esse foi um dos acessórios protagonistas na coleção) acompanharam uma lingerie metálica nada discreta que, para os olhares mais atentos, revelou até mesmo um pouco dos mamilos da modelo. Fashionistas interessados na história das passarelas reconheceram às semelhanças do look com aqueles da Chanel, em 1996, mas é a era “fordiana” da Gucci a referência inegável aqui.
Um ano antes de Karl Lagerfeld propor para a maison francesa uma visão menos tímida, o americano Tom Ford encontrou seu próprio lugar na direção da casa florentina. Os anos que se seguiram, até 2004, foram marcados pelo estilo sexy e ousado do estilista, como as Gucci G-Strings, calcinhas fio-dental que recentemente fizeram um comeback nas redes sociais. Na coleção de inverno 2023, o design não foi recuperado de forma literal, mas alguns vestidos transparentes revelaram propostas semelhantes e igualmente “danadinhas”.
Os anos 90 continuaram inspirando até mesmo em looks infinitamente mais comportados e casuais, como as camisas sociais que vieram com mom jeans e uma terceira peça. Nada muito justinho! Ao contrário, eram oversized e alinhados com o mood vintage da década. Em momentos de inspirações mais recentes (para quais os olhos Gen-Z estão mais acostumados), o estúdio de criação da marca também buscou referência nos anos recentes de Alessandro Michele na Gucci. Na direção criativa durante sete anos (2015 a 2022), o romano herdou a marca de Frida Giannini e a revitalizou completamente. Sua domínio foi marcado por uma moda dramática e teatral.
Foi esse maximalismo (em contraste com o look “fordiano” minimal) que os espectadores também encontraram na passarela recente. Plumas, peles artificiais coloridíssimas e brilhos levaram extravagância para o desfile e combinaram com os acessórios excêntricos. Além das luvas (algumas curtas, outras mais longas), as bolsas em formatos e materiais diversos já prometem ser itens-desejo da estação. Havia sacolas e outras mais trapezoidais, em couros e pelúcias tingidos, além de uma versão completamente transparente da celebrada Jackie 1961.
Os pelinhos também vieram para acolchoar os pés, forrando os sapatos baixos de saltos finíssimos que acompanharam os looks, mas o real destaque foi um par de botas de ski retrô, cujo design saiu direto dos arquivos da Gucci dos anos 1960. A impressão final não é escândalo ou de surpresa. Para os Gucci Gangers fiéis, os visuais são familiares, uma prova de que a equipe criativa sabe fazer a lição de casa. E, enquanto Sabato de Sarno não estreia oficialmente na marca, o momento surge como uma oportunidade de celebrar um passado fashion que, no rápido mundo da moda, já parece muito distante.
O post Nostalgia! De Tom Ford a Michele, Gucci revive seu passado fashion em novo desfile em Milão apareceu primeiro em Harper’s Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.
