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2023 é um ano de estreias para Ana Flávia Cavalcanti – e é só o começo

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Ana Flávia Cavalcanti está na série “Santo Maldito”, do Star+ | Foto: Jorge Bispo
Ana Flávia Cavalcanti atendeu a chamada de Zoom em um cenário paradisíaco na casa que construiu no Sul da Bahia, onde está desenvolvendo o roteiro de seu próximo longa-metragem, “Paralelo 14”, no qual também vai ser a protagonista e assinar a direção. “Se eu não escrever um filme lindo para mim, quem vai?”, diz.
Com inspiração autobiográfica, a trama é inspirada pelo que Ana Flávia tem vivido desde que se mudou para a região. “O Paralelo 14 é uma coordenada latitudinal, um paralelo que cruza o planeta e tem essa história que é um paralelo de cura porque ele passa aqui no Sul da Bahia, no Egito e em Machu Picchu, lugares considerados mágicos.”
O filme conta exatamente isso: as vivências de uma atriz que constrói uma casa na área atravessada pelo Paralelo 14 no Sul da Bahia e é impactada por seus vizinhos. De um lado, uma população branca e rica. De outro, negra retinta. 
“Tem a ver com a minha configuração, o fato de eu ser uma mulher parda, de eu ter acessado diversos lugares dentro da nossa sociedade. Sei que acessei alguns espaços que a maioria das pessoas como eu não acessaram”, explica. 
O longa é um projeto em desenvolvimento, que deve começar a rodar nos próximos dois anos. “Estou construindo isso aos poucos. Não quero em nenhum momento que pareça predador. Uma pessoa que chega num lugar, invade, descobre uma coisa maravilhosa, filma e vai embora. Eu quero que seja carregado de afeto, de relação de amizade, então estou construindo isso.”
Enquanto isso, ela ainda tem se mantido ocupada com vários outros projetos. A série “Santo Maldito”, da qual é protagonista, estreou neste mês no Star+. Na trama, sua personagem Maria Clara é casada com Reinaldo (Felipe Camargo) e sofre um acidente que mudará completamente sua maneira de ver o mundo e seu casamento de 20 anos.
“Não é sempre que temos a oportunidade de emprestar nossas vivências para uma personagem. Muitas vezes as histórias são muito distantes de nós. Nesse caso eu pude imprimir minha visão de mundo sobre a emancipação das mulheres no mundo de hoje”, afirma.
Ana Flávia Cavalcanti – Foto: Jorge Bispo
Em março, estreia a série “Os Outros”, escrita por Lucas Paraizo (“Sob Pressão”) e produzida pelo Globoplay, sobre conflitos em uma sociedade polarizada. “Não é uma série maniqueísta, essa classe só tem gente boa e essa só gente ruim, não tem isso, ultrapassa a classe social, nossas dificuldades, medos como a gente vive em comunidade”, diz Ana Flávia.
“É um ano de várias estreias. Tenho sentido que a força de seguir trabalhando é porque, no audiovisual, as vezes você faz agora e só vai aparecer daqui um ano. Então, quando a gente segue trabalhando, tem trabalho o ano todo, todos os anos, tem sempre algo bonito estreando. Consegui circular e circulo entre várias artes. Estou na TV, no streaming, faço performances, gosto de dirigir, escrever, estou desenvolvendo um roteiro de longa-metragem. Tenho muito orgulho de como as coisas foram acontecendo e como fui fazendo acontecer.”
Essa autoconfiança foi algo que adquiriu ao longo de sua trajetória. No começo, acabou não prestando a universidade que queria e antes de conseguir sua primeira novela (“Além do Tempo”) quase desistiu de ser atriz. “Queria muito ter tido coragem de ter tentado a USP ou alguma universidade de artes dramáticas, mas a universidade pública ainda era um lugar muito distante das minhas ideias.”
Agora, ela se aproxima de novo da universidade ao prestar um curso de Ciências Sociais na USP. “Vivi muitos anos do lado da USP e nunca entrei no campus nem para passear, de tanto que esse não era um lugar que foi feito para mim na educação que eu recebi e eu falei: ‘Não, esse lugar é para mim, qualquer lugar é para mim’. É desconstruir uma ideia muito forte que uma sociedade toda que te coloca, e depois de desconstruir você tem que construir um desejo, um sonho.”
Sem medo de sonhar alto, seu desejo com a formação vai muito além dos sets de filmagem. “Meu plano mesmo é ser deputada federal, mas quero me preparar muito bem para isso. Não dá mais para aceitar esse Congresso tão masculino, homofóbico, transfóbico, racista, branco, no pior sentido. Acho que esse curso vai me ajudar a definir melhor o que eu quero dizer, quais corpos quero representar.”
Ainda como multiartista, ela está em cartaz no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo, com uma retrospectiva de suas performances, incluindo a bem-sucedida “A Babá Quer Passear”, que levanta provocações sobre a invisibilização das trabalhadoras domésticas. O sucesso de suas performances é tanto que ela recebeu um convite da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, para ministrar uma aula magna.
Apesar da força de seu trabalho com temas raciais, ela não quer ser limitada a isso. “Nós artistas e pessoas negras somos colocados num lugar de quem cuida, salva, melhora. É um lugar bonito e generoso, mas tem outros lugares que quero ocupar. Não sei se vai ser sempre a maior força da minha arte ter um sentido social e racial. Espero poder fazer o que eu quiser. Sou ativista, acho que não vou conseguir deixar de ser, mas quero poder não ser quando eu quiser.”
Em meio a tantas frentes que ela explora nas artes, ainda há uma que ela tem vontade de conquistar. “Quero ocupar mais os museus. eu acho que de certa forma eu já fui incorporada pelas instituições. Acho que elas validam nosso trabalho num lugar importante e aí eu quero mais ainda. Ocupar museu, participar de bienal, expor em museus fora do Brasil. Me interesso muito pelas artes plásticas, acho que das artes é a mais elitista de todas. É importante que a gente chegue nesses pontos. É importante que deixe de ser tão embranquecida”, conta.
“Se eu tiver paciência, eu faço muita coisa mas gosto de não fazer nada também”, brinca.
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